domingo, 24 de fevereiro de 2013

Em casa

Me sentir em casa. É assim que me sinto com você. Como se eu pudesse entrar em um lugar de olhos fechados e saber em qual lugar está tal coisa, mesmo sem ter estado ali por um bom tempo. Mesmo, talvez, sem me lembrar direito do cheiro. Mesmo podendo ter esquecido aquela sensação de paz infinita ao teu lado. Mas quando eu senti de novo, eu reconheci. E era por sua causa.

Dizem que quando a amizade é verdadeira, não importa quanto tempo as pessoas estão afastadas. A distância do tempo que passou vira poeira quando elas se encontram novamente, e se perde no ar. Foi assim que me senti conversando contigo de novo. Que não importa quanto tempo passe, vou sempre me sentir segura com você. Vou sempre sentir que posso te contar tudo sobre mim, meus medos, inseguranças, manias mais esquisitas, que você não vai fugir. Vou ser sempre um livro aberto pra você.

Foi assim que eu me senti. Mesmo o meu "lar, doce lar" estando a milhas e milhas de distância. Você o trouxe pra mais perto, apenas com algumas palavras. Aquele efeito que você tem sobre mim. E esse efeito fez com que você tivesse o cheiro da casa onde cresci, do lugar onde passei os melhores anos da minha vida. Me fez ter a sensação de que posso sempre contar com você. De que você vai se lembrar.

Tudo isso só aumentou a minha vontade de te dar um abraço infinito. Como se você nunca tivesse estado tão longe.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Dezoito para meia noite

É muito tempo que passa rápido demais. Parece ontem, mas não é. Você quase consegue se sentir quente, com tudo aquilo. Quase. Já não esquenta mais, é passado. Memórias que ficaram, a quase-presença. O quase aconchego. O inteiro também, mas que também já se foi.

Lembrar do passado é algo perigoso: nunca se sabe como se sentirá ao se lembrar de alguma coisa. Ainda há o perigo de nos perdemos entre o nosso museu, e o nosso presente. Museu esse de pura poeira, que às vezes - ou quase sempre - atiça a nossa alergia, e quando se vê, já estamos entregues à ela. Por isso, evito de vasculhar o meu museu. É muita lembrança, muita coisa ruim que não quero lembrar. Deixa a poeira no museu, eu não preciso de espirrar. Nem de sinusite.

Agora, nesse exato momento, fecho um pacto com o destino: Eu não me entrego, e ele me traz coisas boas. Pessoas boas. Lembranças, no futuro, boas. Chega de coisa ruim, de peso desnecessário, de alergia, de mal estar. O que eu quero mesmo, agora, é esquecer até que o museu existe. É hora de começar do zero. De novo.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

O acaso só acontece uma vez

Voltei pra casa com o coração batendo forte e um sorriso enorme no rosto. Um sorriso congelado pelo frio, assim como toda aquela alegria que sentia ser permanente. Enquanto me movia para um caminho, imaginava você se movendo para o outro - o oposto, na mesma velocidade que eu. O rádio começou a tocar a sua música, e gargalhei. Muita coincidência. E, se aquilo era um sinal, deveria ser um bom sinal.

Você representou para mim naquela noite muito mais do que outros não conseguiram em meses e anos inteiros. Talvez fosse destino ter te encontrado ali, ao acaso. Que bom que te encontrei! O sorriso que você colocou no meu rosto ficará guardado pra sempre aqui dentro. Pra lembrar daquele dia inesquecível. Pra lembrar de todo o sentimento. De todas as risadas, do coração batendo forte.

Às vezes, as coisas que acontecem inesperadamente são as melhores. As mais espontâneas e as que mais trazem boas memórias. Você foi assim. Sem apego. O acaso só acontece uma vez. E foi bom. Te conhecer, ouvir suas músicas, conhecer a sua história. Tudo isso em tão pouco tempo, até parecia para sempre. Mas não foi. Não era. O pra sempre ficou ali, gravado naquele dia e naquela noite.

Tudo isso já passou, mas quando lembro daquele dia ainda consigo sentir seus braços em minha volta. Lembro do teu cheiro. Não fui a única a perceber que você cheirava bem. Tão bom. E seu abraço tão quente, naquele dia tão frio. Perfeito. Quem disse que dias perfeitos não existem? Você apareceu e me provou que isso era capaz. Capaz até de ser feliz para sempre.