terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Dezoito para meia noite

É muito tempo que passa rápido demais. Parece ontem, mas não é. Você quase consegue se sentir quente, com tudo aquilo. Quase. Já não esquenta mais, é passado. Memórias que ficaram, a quase-presença. O quase aconchego. O inteiro também, mas que também já se foi.

Lembrar do passado é algo perigoso: nunca se sabe como se sentirá ao se lembrar de alguma coisa. Ainda há o perigo de nos perdemos entre o nosso museu, e o nosso presente. Museu esse de pura poeira, que às vezes - ou quase sempre - atiça a nossa alergia, e quando se vê, já estamos entregues à ela. Por isso, evito de vasculhar o meu museu. É muita lembrança, muita coisa ruim que não quero lembrar. Deixa a poeira no museu, eu não preciso de espirrar. Nem de sinusite.

Agora, nesse exato momento, fecho um pacto com o destino: Eu não me entrego, e ele me traz coisas boas. Pessoas boas. Lembranças, no futuro, boas. Chega de coisa ruim, de peso desnecessário, de alergia, de mal estar. O que eu quero mesmo, agora, é esquecer até que o museu existe. É hora de começar do zero. De novo.

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