segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Não era você

Faz tanto tempo e eu ainda me lembro daqueles dias, anos atrás. Daquela necessidade de ter o seu corpo junto ao meu, de segurar a sua a mão, de te ter o mais perto possível. E quando chegava a noite, poder dormir do seu lado, a sua mão junto da minha. E pensar que eu relutei tanto, e não queria você. Mas você me fez mudar de ideia em apenas uma noite, e depois disso eu me apaixonei.

Ainda me lembro daquele dia na praia, sentados perto do farol assistindo o sol se pôr. E aquelas músicas que gravaram a nossa viagem ainda me fazem relembrá-la cada vez que as escuto. Tudo aquilo acabou marcando, mesmo sem querer, mesmo não durando tanto. Pude terminar e começar um ano ao seu lado, de um jeito especial no meio de toda aquela confusão que havia naquele momento.

Era incrível como o meu corpo ficava fraco quando você estava por perto. E toda aquela necessidade, eu nunca tinha sentido coisa parecida antes. Tinha aquele gostinho de proibido, de perigoso, de aventura. De quero mais, e de não poder ter a todo momento. Éramos 'nós' escondidos, pelos cantos, no escuro. E nossos nós não eram mais do que laços simples, que fazíamos e desfazíamos a todo momento. Mas não éramos totalmente um segredo. Éramos apenas uma aventura efêmera.

Acredito que cada paixão que a gente sente e vive é especial. São únicas. E apesar de toda a beleza daquela paixão fugaz e daqueles momentos, não era você. Não foi você quem eu amei, não era você o tal. Mas não vou dizer que foi mais um. O que eu vivi ali, com você, foi único. Porém eu ainda tenho muita estrada pela frente.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Estrelas e pessoas.

A vida na terra não é assim tão diferente da vida lá fora, no universo. Quando uma estrela morre, ela continua brilhando por milhões (e as vezes bilhões) de anos. Porém, efetivamente, aos poucos seu brilho vai diminuindo com o passar de tantos (milhares) de anos. Mas continua existindo. Não é tão difícil encontrar exemplo semelhante bem aqui, na terra.

De um modo mais metafórico, é a mesma coisa quando perdemos algum parente, amigo, em geral alguma pessoa especial. O brilho dessa pessoa na vida de quem a perdeu continua existindo, mesmo ela não estando mais lá. As memórias continuam no coração das pessoas. E a dor também. Mas com o passar do tempo, pelo menos por alguma parte de tempo, tudo isso diminui. A dor não dói tanto, as memórias não são mais tão frequentemente relembradas. E o brilho que existiu, quando ela estava viva, continua lá, não importa o quê. Pois, como as estrelas no universo, essas pessoas existiram. E por mais que não existam mais, o brilho delas continua emitindo luz, por vários e vários anos. Não podemos nunca apagar a existência desses seres (humanos ou astrofísicos).

Perder algo nunca é fácil. Seja um objeto muito estimado, um animal de estimação, uma pessoa querida. Nunca é fácil lidar com perdas tão especiais. E há sempre maneiras novas que inventamos para podermos ultrapassar essas fases tão ruins das nossas vidas. É inevitável. A morte pertence à vida do mesmo jeito que a vida pertence à vida. O eterno ciclo.

Enxergando as coisas desse jeito, fica fácil de entender o porquê de quando algumas pessoas morrem, dizem que elas viram estrelas no céu. Pois não importa o motivo, o brilho delas sempre existirá.