sábado, 2 de março de 2013

Entre o céu e o inferno

Imaginei que teria mil coisas para dizer. Mil coisas para escrever. Mas a verdade é que quando sento aqui e tento escrever algo sobre ti, nada aparece. E fico aqui, olhando minutos e minutos para uma página em branco, o que me causa agonia.

É estranho. Nada assim me aconteceu antes, seja escrevendo ou vivendo. Ainda, não deveria ser tão desconexo escrever sobre. Como quando você brinca com o meu cabelo, e eu gosto demais para poder admitir. Ou então, quando você arruma a manga da minha blusa de frio. E até mesmo de quando você fica brincando com as minhas unhas, mesmo não entendo essa mania que os homens têm.

Às vezes parece surreal demais para acreditar. Porque demorou tanto tempo, e agora as coisas estão acontecendo rápido demais. Tento acompanhar o ritmo, tento não me perder no meio desse tornado, mas assim que pisco os olhos, vejo o mesmo me levando e a única opção que eu tenho é ir. Me deixar levar. Exatamente o que você disse.

Quem me vê assim, tão relaxada sobre o assunto, não imagina o quanto estive entre o céu e o inferno naquele dia. A crise que tive. Parece bobeira, e vai ver até foi, mas para mim era grande coisa. O ar me faltava, e ao mesmo tempo eu sufocava. Até hoje não entendo como o meu emocional tem tanto efeito no meu físico. Coitado do meu estômago, é ele que sofre com tudo isso.

Mas, voltando ao assunto de entre o céu e o inferno, cheguei mesmo a pensar que estava abraçando o capeta. Minha cabeça deu um nó tão complicado que só pode ter sido um nó de marinheiro. Era tanto pensamento e nenhum ao mesmo tempo. Minhas emoções ultrapassaram o limite da confusão. É. Muita coisa para digerir de uma só vez. Foram necessárias quarenta e oito horas. E, confesso, de vez em quando ainda roubo mais algumas, para digerir as novas coisas.

Só que eu também estava no céu. Cheguei mesmo a me sentir mais leve, mudada. Mas me perguntava: "Mudada por quê?" Afinal, não era tão grande assim o que havia acontecido. Mas era. Para aquela garota quietinha que está sempre no seu canto, era.

E no meio daquilo tudo estava eu. Tentando entender e digerir tudo aquilo. Tentando saber se valia à pena. Tentando descobrir qual caminho seguir. Vi a luz no fim do túnel, e fui dali pra fora. Acreditei. Resolvi sentir apenas; resolvi não pensar. Pois como dizem: "Se pensar demais, a gente desiste". E dessa vez eu não quis desistir. Eu não quero desistir. Dessa vez eu vou até o fim para ver no que vai dar. Se vou encontrar ou não algum pote de ouro, ou o mítico final do arco-íris só o destino sabe. Só espero que dessa vez seja certo. Chega de caminhos errados.

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