De você sobrou algumas manias, jeitos de falar, conselhos e estilos musicais. Seu sorriso eu nunca vi, mas desejei arduamente te ver de pertinho. Entender o brilho (ou a falta dele) dos seus olhos. Procurar por pintas rebeldes ou desconhecidas. Quis abraçar o seu tronco coberto de algum tecido suave, e apertar forte, com medo de você escapar.
De nós sobrou o conhecimento de ser cuidada, amada, e aquele sentimento de ser (quase) de alguém. De ter uma companhia praticamente constante, sempre disposta a ouvir, ajudar, apoiar; ter debates que me impressionavam. Dormir e acordar pensando em alguém e sorrir por causa da mesma quase o tempo todo.
Do fim sobrou o conhecimento do amor, de como ele pode ser, de como deve ser. Lições que me impedirão de cometer o mesmo erro duas vezes. De esperar mais pacientemente. De ter esperança. De saber que mesmo quando as coisas acabam, o sentimento pode ser eterno, que ele ultrapassa qualquer barreira e limite. É infinito. Mesmo quando não devia ou deveria ser.
De tudo isso sobraram memórias, risadas, conversas, saudade. Muita saudade, que até hoje não curou por completo. Sobrou a vontade de ser mais e melhor, por causa de você. Sobrou a vontade de mover montanhas e abrir o mar no meio, só pra te ver. Sobrou sentimento; sobrou amor.
Porém, as coisas que sobraram têm quase a mesma soma das coisas que faltaram. Ainda há vantagem, eu sei e sinto. Mas, pra dizer a verdade mesmo, só faltou você. Naquele tempo. Aqui e agora. Pra curar toda essa saudade e necessidade de ver (e te ter).
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