segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Cicatrizes

Hoje passei pelo lugar que costumava ser o nosso cantinho. Reparei que lá agora há algumas mini árvores, que há novas pichações, há mais cor. Parece tanto tempo, anos atrás, que acontecemos. Mas na verdade foram só alguns meses atrás, e mesmo assim nossas memórias estão distantes. E nós estamos tão perto. E não nos pertencemos mais.

Sempre imagino se você agora leva outras garotas para lá, ou se aquele lugar agora é imaculado. Se você passa por ali vez ou outra para cortar caminho para ir pra casa, e esbarra com as nossas memórias. Se lembra, se sente falta. Se pensa como estaríamos hoje em dia, caso tivéssemos durado. Como seríamos.
Confesso que evito pensar em tudo isso, evito lembrar daqueles momentos. Não para evitar que a dor apareça, pois essa nunca existiu, mas sim para que a nostalgia não me encontre. Sabe, sempre fui uma pessoa muito nostálgica.

Tento não te encontrar por aí. Não sei como agir perto de você, ainda mais com todo esse clima estranho que ficou entre nós dois. Talvez, um dia, quando tudo isso passar, possamos ser amigos. Ou talvez não, talvez é melhor que mantenhamos essa distância. Vai ver ela é a única coisa que nos prende. Juntos ou separados, não importa. A vida seguiu e seguimos com ela. Voltamos para o nossos cantos, nossas vidas, nossas coisas.

Fomos como uma colisão de dois carros em alta velocidade. Rápido e trágico. Mas, talvez, com certa beleza. A foto tirada no momento exato. E depois, no momento seguinte, tudo já tinha passado e acontecido. Não existia mais. Deixando ferimentos e fraturas, que com o tempo sararam. Só restando as cicatrizes.

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