domingo, 13 de novembro de 2011

Eu não quero morrer de esperança

Não tem como ter um fim exato, sem que nem começo teve. Não, não desse jeito que você está pensando. Isto aqui não é sobre uma história de amor, com um fim. Apesar de que meu coração se perdeu entre o meio e o começo dessa história. História, que como história mesmo, não foi tão longa. É estranho dizer assim, dizer que foi isso: curta. Porque pra mim a história ainda ocorre, mesmo sendo em um só coração, em uma só alma. Mas ocorre. É que o fim é tão trágico, tão fantasma, que não dá pra acontecer. Então a história ainda vive, em mim. Talvez tenha sido um erro me agarrar com - quase - todas as forças em você. E talvez seja isso que tenha te feito partir. Ou talvez foi mais que o suficiente; talvez transbordasse. Não importa o motivo, já foi. Acabou pra um dos lados, e não há razão que traga de volta. Razão, pensamento, palavras verdadeiras ou falácias. Quem dera se algum desses te trouxesse de volta. E se voltasse, acredito que me beliscaria de cinco em cinco minutos pra acreditar que era de verdade, e não um sonho. Mas também não sonho com isso, perda de tempo. É vazio saber que não há esperanças que me impeçam de morrer durante essa espera. É perturbador, dolorido, e não cicatriza. Às vezes queria apenas seguir em frente, assim como você. Esquecer de dos dias, das madrugadas, das semanas, palavras. Esquecer de tudo. Só que não consigo, porque apesar de não ser perfeita, minha memória é tudo o que eu tenho nesse momento. E as suas memórias estão dentro da caixinha de lembranças. Tão gastas, de tanto que são relembradas. Só pra não esquecer, e doer mais um pouquinho toda essa saudade. Mas deixa pra lá. Nem toda essa chuva vai lavar essa saudade, como esses relâmpagos também não vai queima-la. E mesmo que o tempo não esteja do meu lado, e mesmo que não adiante deixar de lado, qualquer dia desses eu esqueço. Ou você volta. O mundo e a vida dão voltas. Só que eu não vou esperar, porque esperar corrói, e mata por dentro. E eu não quero morrer de esperança.

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