quinta-feira, 9 de junho de 2011

As partidas, e as suas mortes.

Pessoas partem sem permissão, sem aviso prévio, sem sequer termos a chance de dizer adeus. Vão em busca de outros caminhos, outras pessoas; vão em busca de aventuras que nunca teriam se continuassem onde estavam. Largam tudo pra trás, e se apegam à novas coisas, pessoas, lugares. Esquecem do passado, de suas origens, de quem mais os amou, mas não receberam tanta consideração de volta. Enquanto as outras, param ali no tempo, e ficam à relembrar tudo o que um dia se passou, e que não vai mais voltar à acontecer.
Outras vão de encontro com a morte, “vão dessa para melhor”, deixando uma saudade que não pode ser curada, e nem sequer mencionada, pois causa mais saudade ainda. E você também fica à mercê das lembranças. 
Não sei qual das duas partidas é a pior, apesar de serem parecidas: a morte, que leva, sem nunca mais trazer de volta, ou a partida por vontade própria de alguém, cortando todos os laços existentes, mortificando tudo o que um dia era bom, e que não vai mais voltar. Não daquele jeito. É aquilo de que “nunca nada acontece duas vezes do mesmo jeito”, e caso volte a acontecer, sempre trará as lembranças de uma outra época que existiu. 
A morte, ao menos, sabemos que não tem como desfazer, digo, não há porquê ter esperanças. Então concluo que pior é a partida por vontade própria de alguém, que deixa a esperança de um volta, de uma outra época, que deixa uma saudade agoniada em um coração repleto de dor. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário