segunda-feira, 6 de junho de 2011

Parei ali, no tempo.

Eu era tão perdida antes de te encontrar. Já não tinha razão, sentido, ou qualquer coisa pela qual eu pudesse viver. Eu vivia da mesmice do meu dia-à-dia, sem buscar qualquer inovação. Eu achava que estava bem, e talvez feliz… Mas isso mudou por completo quando te encontrei. Em poucas semanas, mudei todos os conceitos que havia criado nos meses anteriores. Não fazia mais sentido, porque você se tornava o sentido. Você despertava o meu melhor lado, aquele de menina inocente que confiava de olhos fechados. Estava sempre de bom humor, sempre alegre, e simpatizava se não com todos, com a maioria. Era os seus efeitos surgindo em mim. Estava tudo tão diferente… Eu gostava, apesar de talvez não estar aproveitando tão bem. Mas como eu iria saber que dali a dois meses tudo mudaria de novo? Como iria saber que, você que dissera me ajudar, iria sumir e me deixar pior do que havia me encontrado? Eu não tinha como adivinhar. Me tornei um bebê em suas mãos, sempre precisando de você, e sempre querendo seus cuidados. Alguém que demonstrava tanto se preocupar comigo, e que, apesar de não ser meu como eu queria, parecia ser quase isso. Posso dizer, que, de certa forma, me sentia mimada por você. Eu encontrava paz nas risadas que você arrancava de mim, com todas as suas besteiras ditas - talvez - sem pensar. Eu até dormia melhor a noite. Mas então você se foi… Deixando o caos. Tudo mudava novamente, e dessa vez pra pior. Dias ensolarados já não mais existiam, apenas os nublados e frios. O sorriso e a felicidade também já não se encontrava mais em mim; eram apenas lágrimas, apertos no peito, e saudade. Sempre saudade… A maldita que não me deixava. Tudo se tornava sem sentido novamente, sem razão. Já não havia vontade para nada, nem para ligar a televisão empoeirada no canto do quarto. Só queria dormir… Quanto tempo fosse possível. Queria que os dias passassem rápido, ou queria acreditar que aquilo era um pesadelo e logo passaria. Ou então, talvez, que quanto mais rápido os dias passassem, mais rápido você voltaria. Mero engano. Era só tempo passando, e nada novo. Nenhum sinal, nenhuma ligação atendida. Angustia… Era tudo o que restava de um passado maravilhoso, mas que agora era apenas passado. Sem sequer cogitar ser um futuro, já que não era presente. Era difícil de aceitar toda aquela situação, e seguir em frente. Quer dizer, fingir aceitar: deixar de lado, e não mais pensar. Pois era impossível aceitar, que quem menos esperava havia partido. Me perguntava como aquilo tudo estava à acontecer comigo, e o que eu teria feito para ter recebido tal castigo. Eu estava apenas sendo feliz, que raios de problema tem nisso? Que eu saiba não há castigo para tal. Pena que era uma felicidade dependente do outro, que já não mais precisava dela. Ou de mim. Partiu deixando o caos, a tristeza, a angustia. E saudade mais do que se pode mencionar. Não olhou pra trás, apenas seguiu, enquanto me fazia esperar em algum ponto da estrada por uma volta não mencionada. Parei ali, no tempo. A mala na qual carregava a saudade, agora estava praticamente estourando, o peso era impossível de se carregar. Então o jeito era esperar, por alguma ajuda, ou pela sua volta, já não sabendo o que se esperar.

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