terça-feira, 25 de outubro de 2011

Vontade de café

É que sei lá. Deu vontade de café às quase cinco da manhã. Café pra quem passou a noite inteira acordado, noite de inverno. Fria, fria. E cadê aquele amor pra esquentar? Não, amor não. Amor machuca mais que esquenta. Medo do amor, assumo. Passei a madrugada toda ocupada pra não pensar no assunto. Confesso estar evitando, lutando contra, e tentando ao máximo não escrever sobre. É apenas uma maneira de dizer: não. Dessa vez não. Chega Tempo, passa rápido. Leva embora o que tá querendo crescer aqui dentro. E traz café pra esquentar. Café esquenta sem machucar, sem doer, sem criar cicatrizes. Então traz café. Mas por favor, sem mais memórias. Estou farta de nostalgia, e já a tenho como maldita. É passado Tempo, você mesmo ensina isso. Então deixa passar e não traz de volta. Nem passado, e nem futuro. Me deixa no presente, eu quero o presente. Me deixa viver sem ter com o quê preocupar. Me deixa viver sem perder noites de sono (como essa) pensando no assunto, ou então o evitando. Me deixa. Não há nada que me faça inteiramente bem por agora, sem pelo menos causar agonia. Então me deixa. Só traz café. Documentários, livros que não falem sobre o amor. Eu ainda acredito, Tempo. Só não quero agora, nem amanhã e nem depois de amanhã. Olha tempo, o dia já amanheceu. O café tá pronto. O frio foi embora. Não há porquê se preocupar.

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