quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A moça tricotava na janela logo cedo, antes das 7, observando o movimento da rua. O sol mal havia saído, e havia uma nuvem preta que encobria o local não deixando a pouca luz que tinha iluminar. Eu ficava de longe, do outro lado, observando ela observar as poucas pessoas que caminhavam na rua aquela hora. Tomava meu café sem nenhuma pressa de acabar, enquanto me distraia com qualquer coisa que via. É tudo tão silencioso, tão quieto, tão sem vontade. Olhava em volta e não tinha mais ninguém, apenas a moça tricotando alguma roupa com lã vermelha. Na rua, poucos carros. Ainda não havia luz direito. Os pombos buscavam alimento na areia do parquinho da frente. Um carro passava, mas logo se ia. A monotonia fica. Eu fico. A moça que tricota fica. Mas você se vai, mais uma vez, como toda manhã. Se vai sem dizer que volta, deixando uma enorme saudade emaranhada em meu peito.

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