terça-feira, 27 de setembro de 2011
O som de um coração partido
Você já ouviu o som de um coração quebrando? De um coração quebrado? É como um grito abafado, sem som. É como uma lágrima nunca chorada, um afago nunca tido. É como uma carência que nunca morre, uma saudade que tortura. É aquele momento em que você percebe que todos aqueles sonhos não virarão realidade. É toda a agonia de não de ser; é toda a falta que não deixa de existir. São aquelas noites perdidas; aquelas noites de insônia. Algumas vezes, pra algumas pessoas, regadas à álcool. Pra outras, regadas à lágrimas e memórias que não somem nem com um piscar de olhos, pelo contrário, aparecem mais. E ainda tem aquelas noites em discotecas, para outras. Pobres coitados. Mal sabem que se deixar sofrer no começo, é a chave pra um futuro sem dor. Quer dizer, quase sem dor. Porque se é uma carência que não morre, se é uma agonia de não ser, às vezes elas irão aparecer. Mas só às vezes, e então você supera. Mas no momento em que um coração se quebra, a única coisa que resta, naquele instante, é a solidão. O vazio, a escuridão. Todas as boas lembranças indo embora, e todas as perguntas sendo criadas. Até que encontrem a resposta, ou simplesmente percebam que não vale à pena. Mas no momento você nunca percebe. No momento a única coisa que há é a dor que não cessa no peito. É o grito que não é alto o suficiente, é você se afogando em suas próprias lágrimas. Consegue sentir, imaginar, ouvir? Era o seu próprio coração se quebrando. Ali, naquele exato minuto.
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