Arrumava a mala… Mas nada de levar velhos amores e paixões na sua bagagem. Não. Isso já não queria mais, levara os por muito tempo dentro dentro dali, agora queria um coração livre, uma bagagem livre. Livre de amor, livre de preocupações. E livre do que mais pudera ser. Queria ser feliz, levando apenas o que importava agora; pouca coisa. Alguns amigos antigos, outros novos amigos. Mas amigos. Com quem sabia que poderia contar de verdade. Levava também alguns livros, seus preferidos. Que mesmo sabendo a história de trás pra frente, gostava de lê-los sempre que podia. Poucas roupas; pela primeira vez levava poucas roupas. Algumas rosas, margaridas, tulipas, cheiro-de-amor; adorava flores. E claro que não poderia faltar o seu caderno de anotações. Pronto.
Olhava para dentro da pequena mala: será que faltava mais alguma coisa? Sempre foi tão esquecida, e ali parecia estar tudo o que precisaria. O essencial.
E mesmo que faltasse alguma coisa… No caminho encontrava. Era sempre bom deixar um espaço vazio pro caso de aparecer algo que quisesse levar consigo. Quem sabe um amor, que ali não estava. Ou talvez um pouquinho de sorte, quem sabe? Deixaria que o destino decidiria por si o que presaria lá na frente. Agora não queria saber de mais nada, apenas da doce liberdade que buscava encontrar.
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