Mary vivia em uma cidade grande, desde pequena, desde quando se lembrava - sempre. Mas por incrível que pareça não gostava de ali viver. Mary não pertencia à um só lugar, Mary pertencia ao mundo. Sonhava noite e dia em viajar o mundo, conhecer os lugares das fotos que via nas revistas. Aqueles maravilhosos lugares. Sonhava em viver uma aventura no Egito, um romance na França, e se perder no tempo em Roma. Passava o dia à imaginar sua vida como nos livros que lia. Eles faziam com que a realidade fosse insuficiente para ela. Precisava de doce, de salgado, de aventura ou desventuras, de romance… De emoção. Sua vida parada e sem graça já não mais a animava. O único problema é que ela já havia se acostumado com toda aquela monotonia de sempre. E, na verdade, tinha medo de sair da sua rotina cansativa de sempre. Tinha medo de viver. Por mais que sonhasse e imaginasse, tinha medo de se aventurar. Tinha medo. Por isso mergulhava nos livros de cabeça, tentando preencher a sua pobre realidade com alguma aventura. Tentando fazer o seu final feliz envolto de aventuras que não eram suas. Tentando viver através daquelas histórias que não pertenciam à sua realidade. Se sentia covarde por não ter coragem suficiente para deixar o seu medo de viver de lado, e ir em busca do que sempre sonhara. “Talvez um dia…. Talvez um dia.” - Pensava, mais uma vez empurrando com a barriga o que deveria fazer agora: Criar coragem.
Mary andava distraída pelas ruas. Sempre fora assim, sonhadora, distraída. E quase sempre insatisfeita, por não conseguir ir atrás das coisas que queria.
Abaixou pra amarrar o seu Oxford que por um mistério havia se desamarrado - não era costume disso acontecer.
Ao levantar esbarrou em um moço que ali passava. O tempo parou. Mary reparava no rapaz: Vinte e poucos anos - assim com ela -, alguns centímetros mais alto - talvez uns seis -, lindos olhos castanhos escuros, que naquele momento brilhavam. E um cabelo nem tão grande, nem tão curto, castanho claro. Ideal.
Abaixou pra amarrar o seu Oxford que por um mistério havia se desamarrado - não era costume disso acontecer.
Ao levantar esbarrou em um moço que ali passava. O tempo parou. Mary reparava no rapaz: Vinte e poucos anos - assim com ela -, alguns centímetros mais alto - talvez uns seis -, lindos olhos castanhos escuros, que naquele momento brilhavam. E um cabelo nem tão grande, nem tão curto, castanho claro. Ideal.
Ela se desculpou, e o moço de nome indecifrável apenas sorriu e continuou a andar. O mundo voltava a andar. Tomou aquilo como um sinal: Era hora de perder o medo e fazer tudo o que sempre quis. E começaria naquele dia.
Chegou em casa, ligou o computador, e procurou passagens para realizar seu sonho. Começaria por Roma, seguiria então para o Egito, e por último iria para a França. E que o Coliseu, as Pirâmides e a Torre Eiffel à esperassem! Lá ia Mary realizar seus sonhos de anos.
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