sexta-feira, 5 de agosto de 2011
De onde eu deveria estar
Da janela do meu quarto observo um avião chegar e outro partir. Mas já não me pergunto ou imagino como seriam as coisas se eu não estivesse aqui. Apesar de tudo, de certa forma compreendo um pouco o porquê deu estar aqui hoje. De conhecer quem eu conheci, mesmo que virtualmente. De aprender o que eu aprendi, e de me tornar uma pessoa totalmente diferente. E de amadurecer à força, talvez mais até do que deveria. E aqui estou eu, do jeito que estou. Não tanto satisfeita, porque acredito já ter aprendido o que deveria ter aprendido, e já estou pronta para voltar. Eu não odeio aqui, mas também não amo. Talvez um leve gostar, e pronto. Nada mais. Ainda quero voltar, meu coração ainda pertence ao lugar que morei durante meus quase dezesseis anos. Quer dizer, a maior parte. As outras pertencem à lugares que quero conhecer, e viagens que quero fazer. Mas nenhuma dessas coisas envolve o lugar que estou hoje. Se arrumar as malas fosse o suficiente, já as teria arrumado há muito tempo. Não vou negar, sentirei saudades. Talvez da pouca liberdade, ou sei lá o quê, que eu tive. Ou dessas correntes, não sei ao certo definir, é confuso. Mas não sentirei saudades suficientes para querer ficar. Sabe-se lá onde está o meu futuro, mas tenho comigo que não está aqui. Não sei, não imagino o futuro. Deixa o futuro pro futuro. Apesar de viver do passado, o presente também não me abandona por completo. E o passado está ficando devidamente no passado, carrego comigo agora apenas uma dose saudável de lembranças do passado e só. Quero viver o presente agora. Intensamente.
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