domingo, 28 de agosto de 2011

Paradoxo da saudade

Nunca pensei que o tempo pudesse demorar tanto pra passar, mas ao mesmo tempo passando rapidamente. É um paradoxo. Um paradoxo aonde eu encontro o tempo passando lentamente por não saber como superar toda essa sua falta, mas ao mesmo tempo, ele passa rápido. Ele não pára por qualquer motivo, nem pra ninguém. Ele não parou para o meu coração cicatrizar e se reconstituir, ele não parou para eu te superar. No mundo lá fora ele passa normalmente, mas ao mesmo tempo tão rápido, como se fossem décadas, séculos, em apenas minutos. Mas aqui dentro tudo passa tão lentamente... E é totalmente ao contrário, minutos em décadas e séculos. Esse extremo paradoxo faz com que eu me sinta estranha comigo mesma, não sabendo o que sentir, ou fazer; se devo seguir a razão ou o coração. Se devo continuar tentando seguir em frente, e abandonar de vez qualquer resquício teu em mim. Ou se devo tentar te encontrar novamente, nem que seja em sonhos. Naqueles belos sonhos, ou imaginações onde o tempo daquela época que você ainda estava aqui não passava.
Não consigo, e creio que não há como entender. O tempo simplesmente não passa pra mim. É um constante passado que não me abandona; não há qualquer presente. Só há você e as tuas lembranças ao meu redor. Teu cheiro que eu nunca senti, teu abraço que sempre sonhei, teu gosto que sempre imaginei. Nada real. E as reais, são intocáveis. Estão tão longe, que parecem imaginações, sonhos. Às vezes me pego me perguntando se tudo aquilo realmente aconteceu, então leio as tuas palavras e o paradoxo temporal volta. Volta pra jogar na minha cara que tudo aquilo é passado, que na tua vida eu sou só isso: passado. Enquanto na minha você continua sendo presente. Mais presente até que eu. Mais presente que qualquer presença minha; existe apenas a tua, pra me lembrar que você se foi... E eu fiquei. Presa nesse paradoxo temporal que só me traz saudades tuas.

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