Não via mais filme de terror. Não que agora tivesse medo, pois sempre tivera, é que agora não conseguia superá-lo. A falta dele ao lado dela, segurando a sua mão, lhe dando segurança... Ela não tinha mais. Sempre que começava a ver algum filme de terror, olhava para o lado na esperança que ele ali aparecesse como em um sonho, e ao constatar - mesmo que já sabendo - que ele ali não estava, sentia o medo à dominar e desistia de assistir o tal filme. Já não era possível tê-lo ali, e tinha medo de nunca mais sentir aquela presença tão perto.
Apesar dos apesares, ela tinha saudade dele ao seu lado, daquelas tardes. Eram tão crianças... Não esperava que marcaria tanto, que seria inapagável. Não imaginava que a mão dele segurando a dela faria tanta falta... Tanta falta. Necessitava agora daquela segurança que não tinha mais. Era como se aquilo tivesse se tornado um trauma: A falta da presença dele em filmes de terror, ele a impedindo de tampar seus olhos nas cenas assustadoras. (...) E depois de tantas lembranças recordadas, tudo o que ela mais queria naquele momento era ele ali, e um filme de terror.
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